10/04/2011

Nada de traças. Brechó é moda alternativa com estilo

Já foi o tempo que brechó era ponto de encontro e fonte para compor o visual dos descolados. Atualmente são visitados por todos os tipos de pessoas, independente da idade, sexo ou poder aquisitivo. Paciência para revirar o brechó, bom gosto e bom senso são os primeiros mandamentos para os freqüentadores assíduos ou um toque fundamental para quem vai trilhar esse caminho da moda a partir de agora . Acessórios simpáticos e coloridos resgatam uma moda do fundo do baú que pode ser combinada com os estilos que estampam as vitrines atuais. Também é possível montar um look de época para uma festa temática ou encontrar uma peça única e matar suas amigas de inveja.
No brechó Dolly, na Vila Madalena em São Paulo tem peças semi-novas de marcas importadas, louças inglesas para decoração por R$ 30,00 e um vestido preto da Daslu todo bordado por R$ 600,00. Na Daslu, esse mesmo pretinho básico custaria R$ 20 mil, segundo a proprietária Teresinha Gonçalves de 68 anos, que há 12 cuida do brechó, um dos mais visitados da capital.
Geralmente os brechós localizam-se em ruas escondidas ou não tem uma fachada com a visibilidade das lojas dos grandes centros comerciais e corredores dos shoppings. Por isso, a maioria dos freqüentadores é indicada por amigos. E de onde vêm as peças dos brechós? Como é possível artigos relíquias e marcas importadas custarem bem menos? Não tem segredo , conta a gerente do Breshop, Vera Santana. Nossos fornecedores são pessoas físicas, que compram e viajam muito e não tem o costume de repetir roupa .
Para Vera, brechó é sinônimo de oportunidade, tem que freqüentar semanalmente, pois a procura por peças de marca é bem maior que a quantidade disponível nas araras. Na Breshop as calças da Diesel não custam mais que R$120,00 e uma bolsa legítima, tamanho médio da Louis Vitton em perfeito estado sai por R$800,00, bolsa essa que na vitrine da loja no Shopping Iguatemi em São Paulo custa R$ 12 mil.
O brechó mais completo do Brasil também está na capital paulista. O Troço Sem Traça tem 220m² e 170 mil itens, é um paraíso de relíquias e peças de grifes importadas. Tudo começou quando o dono Paulo Rogério, também decorador, cenógrafo e figurinista percebeu que tinha tanta coisa dentro de casa que só faltava oficializar a loja. Paulo conta que ainda existe muito preconceito com esse segmento de mercado, A mulher que é vista num brechó é tachada como dura, parece que não tem um tostão no bolso, não é bem por aí, vestir-se em brechó é uma questão de estilo, hoje as pessoas entendem mais isso .
Paulo recebe em seu estabelecimento um grupo fiel de famosos e endinheirados, que renovam seus guarda-roupas mensalmente e implora pelo sigilo do proprietário, ele apóia e brinca: Nós fazemos parte de uma nova classe - os pobres em ascensão trabalhamos muito mais para manter o que sobrou, então porque não economizar? , assim como ele e todas essas celebridades, que nesse caso preferem manter o anonimato, a procura pelos brechós aumentou muito de dois anos para cá.

Dicas para comprar no brechó

Procure peças diferentes, daquelas que você não encontra em qualquer loja. Se olhe no espelho antes e aceite seu estilo. Não adianta levar uma blusa com 20 cores dos anos 60 se você não vai ter coragem de usá-la.
Verifique se a peça está em perfeito estado, pode faltar um botão, ter um furinho em algum lugar.
Peça instruções de como lavar certos tecidos.
Cuidado com muitas aplicações, podem cair na hora da lavagem.
Não deixe a preguiça vencer você, prove tudo que vai comprar, pois no geral, brechós não fazem trocas e nem aceitam devolução.
Gostou? Leve na hora, brechó é oportunidade, talvez no dia seguinte você não encontre mais a peça.

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